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Ainda este ano a Graciosa vai estar iluminada apenas com electricidade ‘verde’

Sábado, dia 09 de Julho de 2016

O primeiro sistema de energia renovável à escala mundial que vai permitir que a Graciosa seja completamente autónoma de combustíveis fósseis, vai ser inaugurada em Outubro. Philip Hiersemenzel, do Projecto Younicos, refere que além de ser um projecto inovador que irá trazer benefícios à Graciosa, o sistema poderá ser replicado noutras ilhas dos Açores e já há conversações com a EDA sobre isso. O factor inovador do projecto também deverá levar mais pessoas a querem conhecer a Graciosa, desenvolvendo também o sector do turismo na ilha.

Como é que vai funcionar o projecto da Younicos, que é o primeiro sistema de energia renovável de formação em grelha à escala mundial e que está a ser construído na Graciosa? Já está completo?

A nossa bateria de 2.6 megawatts de formação em grelha já está instalada, já que é uma central eléctrica fotovoltáica de 1 megawatt (MW). Já temos um parque eólico de 4.5 MW que está actualmente a ser instalado. Assim que esta estrutura esteja completa, todos os sistemas serão meticulosamente testados antes de oficialmente serem tidos em consideração. 

Esperamos ter o arranque oficial desta estrutura, com uma grande inauguração, em Outubro. Será a primeira vez no mundo inteiro que um sistema de energia de uma ilha do tamanho da Graciosa será estabilizado sem a necessidade de um gerador de diesel durante horas, ou mesmo dias.

Quem são os parceiros da Younicos?

O nosso parceiro principal é a Recharge, um investidor dinamarquês que recentemente adquiriu a maior fatia do projecto. Ao provar que é possível implementar sistemas de energia limpa que poupam dinheiro e potenciam um atractivo retorno para os investidores, a Recharge está a tomar a dianteira e a dar o exemplo para todo o sector financeiro.

Uma vez que o sistema esteja operacional e toda a gente possa vir ver como é que decorre de forma fácil, a Graciosa pode tornar-se um modelo a seguir por ilhas em todo o mundo. 

O nosso outro parceiro é a Leclanché, que providencia as células de baterias, que depois integramos com o nosso software e controlos, para criar o primeiro sistema a nível mundial de baterias em formação em grelha. O parque eólico foi fornecido pela Enercon.

Como é que funciona a central?

Essencialmente as nossas baterias conseguem manter a grelha energética estável suavizando durante curtos períodos as flutuações quer para o gerador quer para a procura. Até agora, isso tem sido feito através da massa rotativa dos geradores de diesel, que devido a isso têm de estar sempre operacionais, o que por sua vez também limita a quantidade que a energia renovável consegue contribuir para o mix de energia de 30% anualmente.

Com o nosso sistema estes constrangimentos deixam de existir, e podemos escolher o mix ideal entre a produção de energias renováveis e o suporte (backup) convencional.

Vai permitir poupar na factura da electricidade?

Vai fazer com que a produção de energia seja mais barata. Contudo, as pessoas da Graciosa actualmente já só pagam a taxa ao continente, que é muito mais baixa do que a produção de electricidade na ilha custa realmente. Por isso, o nosso sistema vai permitir a toda a população portuguesa poupar, mas as taxas na Graciosa vão manter-se.

É possível usar energia 100% renovável?

Já estamos capazes de fornecer à ilha Graciosa 100% de energia renovável durante horas, talvez até dias, mas a média anual será de 65%, em comparação com os 15% que havia antigamente.

Também pensámos no conceito de ter 100% energia renovável anualmente e isso seria possível aumentando a quantidade de energia eólica e solar. Depois transformar a chamada “energia em excesso” em biofuel usando os desperdícios locais. Mas a nossa primeira missão e foco foi dar o primeiro passo na acumulação de energia.

Este sistema pode ser replicado noutras ilhas, como São Miguel por exemplo?

Gostávamos mesmo muito de levar a nossa tecnologia para outras ilhas dos Açores e estão a processar-se discussões muito frutíferas com a EDA sobre esse assunto.

Quais os benefícios deste projecto?

Em primeiro lugar, ao deslocalizar a cara importação de diesel, reduz custos. Claro que também poupa Co2 e coloca a Graciosa em particular, e os Açores em geral, como um modelo internacional a seguir na transição para uma economia de energia de baixa emissão de Co2.

Quantas pessoas têm a trabalhar neste projecto? Há muitas pessoas da Graciosa?

Durante a construção que durou seis meses, em média 10 pessoas estiveram ao nosso serviço na Graciosa na construção dos edifícios. Por enquanto não esperamos um grande efeito empregador no próprio sistema de energia, mas é bem possível que mais pessoas possam chegar à Graciosa especificamente para ver este nosso sistema, ajudando assim a criar emprego no sector do turismo. A Graciosa, e os Açores, serão falados nas notícias internacionalmente assim que inauguremos oficialmente o sistema, levando mais pessoas a conhecer a ilha e o arquipélago. 

 

Fonte: Correio dos Açores

http://www.correiodosacores.info/index.php/component/content/article/8-regional/21543-sd

 




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