Domingo, dia 15 de Janeiro de 2017
“É feito com o devido cuidado para poder ser transgeracional, no sentido em que quer o avô, quer o filho do avó, quer o neto possam, sem qualquer problema, assistir a estes documentários”, afirmou à agência Lusa o biólogo Sérvio Ávila, autor e coordenador do programa.
“Jovens Cientistas dos Açores” é uma série documental, que contou com o apoio do Governo Regional, sendo que cada programa tem a duração de dez a 12 minutos, tendo sido entrevistados investigadores dos três polos da Universidade dos Açores, localizados nas ilhas de São Miguel, Terceira e Faial.
A ideia foi apresentada ao anterior secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Fausto Brito e Abreu, em abril de 2015, que acabou por selecionar 12 dos 24 investigadores propostos para integrar o programa.
Segundo Sérgio Ávila, pretende-se contar o percurso de vida dos investigadores, com idades entre os 28 e os 45 anos, que tipo de trabalho fazem, quais as aplicações práticas e qual o impacto económico e social tem o seu trabalho científico.
“Entendemos que, realmente, é necessário promover uma adequada cultura científica, chamar a atenção para o trabalho que os investigadores fazem, porque muitas vezes, senão todas, são o garante de uma adequada decisão política e mais informada”, considerou Sérgio Ávila, lamentando, porém, que todos os investigadores entrevistados mantenham vínculos laborais precários.
Para o biólogo da academia açoriana, faz-se “excecional ciência” no arquipélago e os investigadores locais têm publicado “nas melhores revistas que existem a nível internacional em várias especialidades”, mas a população tem “um reduzido conhecimento” da ciência produzida nas ilhas.
“Estas ilhas vulcânicas e oceânicas em que moramos e trabalhamos são laboratórios vivos excecionais”, admitiu Sérgio Ávila, acrescentando que todos os investigadores entrevistados também o reconhecem, mas lamentam a precariedade laboral que existe entre a comunidade científica.
Com imagem e realização de José Serra, música original de Rafael Carvalho e Sérgio Ávila, o programa vai abordar temáticas tão distintas como o ordenamento de áreas costeiras marinhas e turismo, formas de vulcanismo secundário, genética humana, a história militar dos Açores no século XX, cetáceos e turismo de observação de baleias, térmitas, entre outros.
Sérvio Ávila revelou que o primeiro programa dá a conhecer um investigador que se licenciou e doutorou na Universidade dos Açores em biologia e se dedica ao estudo das comunidades existentes no fundo das lagoas dos Açores.
A proposta para uma segunda edição do programa já foi apresentado à tutela, mas Sérgio Ávila disse que “ainda aguardam uma resposta”.
Fonte: Açoriano Oriental;
http://www.acorianooriental.pt/noticia/rtp-acores-vai-divulgar-ciencia-feita-nas-ilhas-por-jovens-investigadores