Notícias
José Toste, Director da Associação Regional de Turismo
Terça-Feira, dia 13 de Janeiro de 2009
José Toste, Director da Associação Regional de Turismo
Não há sustentabilidade com o turismo concentrado
JOSÉ TOSTE: “A animação turística é estruturante para a captação de visitantes, para o aumento da permanência e para a diminuição da sazonalidade turística”
No recente encontro de turismo da ART, foi divulgado um documento
estratégico para a afirmação do turismo no Grupo Central. Como defendem a estruturação de uma estratégia que não englobe toda a Região?
A ART considera que a aposta no destino Açores, no seu todo, é estruturante. Contudo, um dos principais problemas associados ao desenvolvimento turístico da região é a macrocefalia turística representada por uma só ilha, São Miguel. O Grupo Central (GC), por questões geográficas e de complemento na oferta turística tem condições para ter uma importância turística muito mais significativa do que a actual. O modelo turístico que todos nós defendemos para o desenvolvimento do turismo na região é o da sustentabilidade, mas este nunca poderá ser verdadeiramente sustentável enquanto essa concentração da procura e oferta turística privilegiar apenas uma ilha.
No programa do encontro nota-se alguma preocupação com a Animação
Turística (AT). Está aí um dos calcanhares de Aquiles do nosso turismo?
A AT é estruturante para a captação de visitantes, para o aumento da permanência e para a diminuição da sazonalidade turística.
A AT enquadra-se no conceito de sustentabilidade que se defende como modelo para o desenvolvimento turístico da RAA.
O desenvolvimento de produtos e serviços turísticos associados à AT permitem potencializar os imensos recursos existentes, atraindo nichos de mercado, ocupando e valorizando os tempos livres de todos os turistas, reforçando a qualidade na oferta e contribuindo para o aumento do gasto e da estada média.
O que falta ao turismo nos Açores e particularmente no Grupo Central, para que se dê o “take-off” da Animação Turística?
Considero que essa fase de arranque já se iniciou há algum tempo. Acredito que algumas das empresas e produtos de AT no Grupo Central caminham já para uma fase de maturidade, havendo algumas destas que já têm o seu mercado praticamente consolidado. Recentemente a ART esteve reunida individualmente com grande parte das empresas de AT do Grupo Central e pôde constatar que existe uma grande dinâmica nestas cinco ilhas, cada uma à sua escala obviamente, mas com uma dinâmica já considerável e cada vez mais estruturada.
A “famosa” crise em curso já está a ter reflexos no turismo na Região?
De que forma é que os Açores, em termos de turismo, poderão lidar com a crise de forma favorável?
Certamente que as empresas conseguirão sobreviver ao cenário económico que se antevê para este ano de 2009, podendo muitas aproveitar este período para reforçar e estruturar a aposta na AT de forma a estarem preparadas para a procura que se espera que a médio prazo venha a crescer de forma significativa. Estamos todos conscientes de que o ano não será fácil, e isso dá-nos a percepção de que temos que agir. Creio que o Plano Estratégico de Animação Turística para o Grupo Central apareceu numa boa altura, porque permitirá às empresas usufruírem do apoio da ART ao nível de consultoria, de orientação técnica, bem como da promoção das mesmas junto dos turistas que nos visitam, das agências de viagens e operadores turísticos pelo país começando esse trabalho já a ser feito na BTL09.
Fonte: Diário Insular