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Portugueses e espanhóis estudam vulcanologia da ilha do Corvo

Terça-Feira, dia 06 de Março de 2012

Uma equipa de vulcanólogos portugueses e espanhóis está no Corvo desde ontem para estudar a vulcanologia da ilha. 

"Nós sabemos contar a história, mas queremos contar essa história com datas", afirmou Zilda França, do Departamento de Geociências da Universidade dos Açores, que lidera os investigadores portugueses.

Zilda França salientou, em declarações à Lusa, que esta missão, que prossegue depois na vizinha ilha das Flores, visa a "obtenção de amostras que permitam fazer uma cronologia, para se ter uma ideia mais concreta dos episódios vulcânicos ocorridos".

"A ilha tem um grande vulcão central, pode-se mesmo dizer que a ilha é um vulcão. Apesar de ser muito pequena, é muito interessante", frisou, salientando que ali ocorreram erupções submarinas, episódios vulcanológicos "tranquilos" e também uma "erupção muitíssimo violenta".

A missão no Corvo e nas Flores insere-se num projeto financiado pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) que visa a caracterização do vulcanismo do arquipélago.

A equipa integra também especialistas espanhóis, liderados por Marceliano Lago, da Universidade de Saragoça, um dos mais importantes investigadores europeus na área do estudo das rochas.

O Corvo e as Flores "estão na placa americana, ao contrário do restante arquipélago, são ilhas que estão do outro lado da Crista Média Atlântica", o que também lhes confere uma especificidade própria.

O vulcanólogo Vítor Hugo Forjaz, numa nota enviada às redações a propósito desta missão, estima que "a primeira ilha do Corvo deve ter surgido há cerca de 710 mil anos, sendo precedida por intensa atividade submarina".

A atividade vulcanológica foi evoluindo e culminou com uma grande erupção que originou a formação de uma caldeira de colapso, o conhecido Caldeirão do Corvo.

Segundo o investigador, "após um período de repouso, há cerca de 100 mil anos, foi retomada a atividade vulcânica na ilha, constituindo os cones geométricos que se situam na parte sul da ilha, incluindo a fajã lávica onde assenta o atual povoado".

 

 

 

 

Fonte: Diário Insular,

http://www.diarioinsular.com/




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