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Terceira

Rotas

Roteiro Angra a Pé

 Outeiro da Memória
Neste outeiro mandou construir João Vaz Corte – Real a primeira fortaleza dos Açores (c.1474). Longe do mar, espelha a ideia ainda medieval, continental e mediterrânica de uma defesa em acrópole.

A pirâmide eleva-se desde meados do séc. XIX “à memória” do Senhor D. Pedro IV.

 Ribeira dos Moinhos/ Ruas/ Do Pisão, Garoupinha, St. Espírito
No vale onde está Angra corria selvagem, uma ribeira (mais ou menos onde estão hoje os tubos verdes da central hidroeléctica). Desviada por Álvaro Martins Homem antes de 1474 e canalizada em leito de cantaria aparelhada, serviu durante 500 anos, como espinha dorsal da indústria da cidade (moinhos, alcaçarias – curtume de peles – pisões de linho, etc.).
Um arruamento sinuoso desenvolveu-se, acompanhando a ribeira numa sequência de “y” típicos do urbanismo arcaico, entre o outeiro e o cais da cidade.

 Convento de São Francisco
Serviu de sede à Província Franciscana dos Açores (S. João Evangelista).
Nele foram sepultados, Paulo da Gama e o Capitão Vaz Corte Real, ainda na primeira capela da Nossa Senhora da Guia, fundada em finais do séc. XV.

 Convento Nossa Sr.ª da Conceição
“O 7.º Convento é o que comummente chamam Conceição das freiras para distinção da colegiada Conceição dos clérigos.
É este convento de estatuto, e regra tão singular e perfeita, que dizem que em Portugal só há um semelhante a este. “ (Pe. António Cordeiro – 1717)”.
Para aqui foi transferido o hospital de Santo Espírito, depois da extinção dos conventos em 1832.

 Igreja da Conceição
Reconstruída cerca de 1533 sobre a antiga ermida de Nossa Senhora da Conceição alberga no seu saber renascentista os painéis de um altar móvel historiando passagens do seu antigo testamento (mestre da Sé de Angra – c 1600) e uma descida da cruz (séc. XVII – escola portuguesa).

 Solar de Nossa Sr.ª dos Remédios ( Provedor das Armadas)
Construído, no séc. XVI, por Pêro Anes do Canto, provedor das armadas de El-Rei – o Armador, - sofreu este edifício muitas modificações em razão dos serviços exigidos: apoiar em tudo os navios das Índias. Ostenta ainda o brasão dos Canto e Castro. A localização, entre o casario do Corpo Santo (bairro de gente do mar) permitia-lhe o acesso rápido ao porto das pipas.

 Adro Santo
Entre os sécs. XVI e XX existia neste local a ermida por uns chamada do Corpo Santo, por outros de S. Pedro Gonçalves ou de Nossa Sr.ª da Boa Viagem de grande devoção das gentes do mar que sempre habitaram esta área, uma das primeiras da cidade, aliás a ser povoada.

 Fortaleza de S. Sebastião
Por sugestão de Isidoro de Almeida, o arquitecto Tomaz Benedito de Pesaro desenhou, ao gosto italiano, esta fortaleza. Foi terminada no tempo de El-Rei D. Sebastião onde retira a invocação.

Demonstração de uma nova ideia de defesa costeira já sensível e consciente das novas funções de apoio portuários ao contrário do Castelo S. Luís Memória – interior e desajustada à realidade das Ilhas.

 Igreja da Misericórdia
Neste lugar fundou-se o primeiro hospital dos Açores, baseado em compromisso da confraria do Santo Espírito datado de 15 de Março de 1492. Um dos fundadores foi João Vaz – Corte Real capitão de Angra e descobridor da Terra Nova.

A Misericórdia, que veio depois, associando-se à confraria já existente, mandou construir o actual templo (séc. XVIII) onde se notam, frente a frente os dois altares (do Espírito Santo, à esquerda e do Santo Cristo das Misericórdias, à direita).
No séc. XIX mudou-se o hospital para o convento das concepcionistas, à Guarita.

 Estaleiro Naval
Vindos de Malaca, Goa, Cartagena, Havana ou Porto Rico, entre outros, os navios das Índias passavam por Angra a caminho de Lisboa, Cadiz, ou Sevilha.
Cidade portuária, Angra tinha instalado aqui, no areal cujos restos ainda existem, o seu estaleiro da construção e reparação naval.

 Rua Direita
Primeira rua principal de Angra, conduzia “direitamente” do cais à praça e à casa do Capitão do Donatário. Marca a construção da primeira cidade moderna e aberta ao mar por um povo até aí habituado a outros modelos urbanos.

 Casa do Conde de Vila Flor
Aqui viveu António José S. M. M. Severim de Noronha, 11.º Capital General dos Açores, 7.º Conde de Vilaflor, depois Duque da Terceira. Foi comandante dos exércitos, liberais e membro da regência instalada em Angra para defender os direitos de D. Maria II. Chefiou o exército liberal na batalha de 11 de Agosto de 1829, na Praia, depois chamada “da Vitória”.

 Praça Velha
Praça é um conceito “repescado” da antiguidade clássica quase sem uso durante a idade média.
Esta é, talvez, a primeira praça portuguesa desenhada para servir de ponto de encontro de dois arruamentos, de acordo com os ideais urbanos do Renascimento.

 Paços do Concelho
Angra teve três casas da Câmara. A primeira com uma pequena praça defronte. Depois, o comércio das Índias e a importância da cidade levaram à construção de uma praça maior e de edifícios sucessivamente mais dignos até ao actual construído já no séc. XIX e inspirado nos antigos Paços do Concelho do Porto. Possui um dos maiores e mais dignos salões nobres do País.

 Casa do Capitão do Donatário
Cerca de 1474, João Vaz Corte – Real, Capitão do Donatário mandou construir aqui as suas casas, estrategicamente colocadas na base do morro da Memória – o Castelo – no topo da Rua Direita – o Porto. O edifício ainda conserva estruturas dessa época.

 Palácio dos Capitães Generais
No lugar onde existiam as casas da família Távora construíram os jesuítas, um colégio com um Pátio de Estudo (onde agora é o parque de estacionamento) e Igreja. Em 1776, o 1.º Capitão General dos Açores, D. Antão de Almada, propõe e começa a adaptar o edifício a palácio. Por duas vezes foi Paço Real (1832 – D. Pedro IV, 1901 – D. Carlos I). O templo, rico em talha dourada, azulejaria e imagens é o reflexo da Igreja da reforma católica influenciado pelo gosto de decorativos das Índias.

 Convento da Esperança
Angra chegou a ter nove conventos, a começar em S. Gonçalo e a acabar em Stº António dos Capuchos. O convento da Esperança, de freiras clarissas com o de São Gonçalo, foi fundado na 2.ª metade do séc. XVI. Repartido e vendido o edifício no séc. XIX, foram encontrados os restos da Igreja após o sismo de 1980.
As aberturas do coro e arco da capela-mor são um bom exemplo de reconstrução com integração das estruturas antigas na nova função.

 Igreja do Santíssimo Salvador da Sé
Edificada a partir de 1570 por ordem do Cardeal D. Henrique sobre a anterior igreja paroquial construída por Álvaro Martins Homem (c. 1461). Nela está sepultado entre outros, o provedor das Armadas Pêro Anes do Canto.

De estilo renascentista e “chão” foi seu mestre-de-obras Luís Gonçalves. Voltada a norte, contraria o costume antigo das Igrejas com capela-mor virada a Jerusalém.

- Do primitivo altar mór conservam-se os painéis da vida de Cristo (pintura sobre madeira séc. XVI);
- Testemunho precioso dos Açores como pólo de encontro de culturas: a estante de leitura ao estilo indo – português, em Jacarandá do Brasil, com marfim de baleia e executada nos Açores;
- Rico exemplo de ourivesaria terceirense, o frontal de altar de prata feito entre 1702 e 1720 por Manuel Carneiro de Lima para a confraria do Santíssimo.

 Palácio Bettencourt
Edifício de arquitectura Barroca, construído nos finais do séc. XVII, princípios do séc. XVIII, com algumas alterações posteriores que não afectara a beleza arquitectónica do edifício. Na fachada principal podemos admirar um rico pórtico lavrado em cantaria da região, constituído por duas colunas salomónicas encimadas por capitéis compósitos e arquitrave e uma ampla cartela que envolve a pedra de armas da família que aqui viveu – a família Bettencourt.

 Antigo Paço Episcopal
Em 1544 o Rei D. João III cedeu “para todo o sempre” o paço que aqui ficava para uso e serviços dos Bispos de Angra constituído por casas, cozinhas, quintal e pombal.

Do edifício inicial restam, algumas paredes, a proximidade com a Sé e a localização na Carreira dos Cavalos, assim chamada por ali “destes se fazerem todos os anos festas na tal rua que … nem é lageada… mas de terreiro seu…”

 Convento de São Gonçalo
Fundado em 1545, é o mais antigo da cidade, o primeiro destinado a freiras – clarissas – o maior conjunto conventual de Angra e um dos maiores dos Açores. Com dois claustros, cerca e granéis, a Igreja e os coros, alto e baixo, são no estilo 5.º Joanino, dos mais expressivos do arquipélago.

No seu interior barroco e Conventual anotem-se: o cadeiral do coro alto com figuras fantásticas; o conjunto de painéis de azulejo português (séc. XVIII); o Cristo crucificado em cruz de prata (séc. XVII, escola espanhola, possivelmente sul americana); e o rico revestimento em talha, telas e tecto pintado (séc. XVIII).

 Solar da Madre De Deus
Exemplo de casa solarenga dos séculos XVII/XVIII típica das zonas mais altas das cidades portuárias portuguesas e Ultramar.

 Hospital da Boa Nova
Talvez o mais antigo, dos hospitais militares do mundo, construído expressamente pelos espanhóis para tratamento dos militares em serviço no então chamado castelo de S. Filipe do Monte Brasil (1615).

 Castelo de S. Filipe/ S. João Baptista do Monte Brasil
Iniciado à volta de 1592 por ordem de Filipe II de Espanha, I de Portugal, envolve todo o Monte Brasil, controlando os ancoradoiros de Angra e do Fanal e destinado primordialmente à protecção dos navios das Índias Ocidentais (América Espanhola) é muito provavelmente a maior fortaleza construída por Espanha, em todo o Mundo.

Cerca de 400 peças de artilharia; 4Km de muralha; 3Km2 de área, 1500 homens de 1.ª linha ao tempo de Filipe III de Espanha e II de Portugal. A mais antiga fortaleza continuadamente ocupada por tropas portuguesas; o torreão da bandeira, onde pela primeira vez foi hasteado o pavilhão de monarquia institucional de Dona Maria II; a primeira igreja a ser construída em Portugal depois da Restauração (1645); um dos poucos locais onde ambos os impérios coloniais ibéricos deixaram marcas, são algumas referências a não esquecer.


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