Sábado, dia 17 de Novembro de 2012
A informação foi avançada nesta sexta-feira pelo Director Regional dos Assuntos do Mar, Frederico Cardigos, ao apresentar os resultados desta campanha, no âmbito da celebração do Dia Nacional do Mar, que se assinala hoje.
Durante a campanha, que compreendeu acções de sensibilização, brigadas nocturnas de salvamento e acções de anilhagem e libertação de aves, foram ainda recolhidos 177 cagarros mortos e 29 feridos.
Este ano, as ilhas de São Jorge (485), São Miguel (423), Pico (361) e Faial (242) lideraram o número de salvamentos de cagarros juvenis, enquanto Terceira (161), Graciosa (114), Corvo (106), Flores (62) e Santa Maria (46) apresentam os valores mais baixos.
Conforme indicou Frederico Cardigos, na edição deste ano da campanha SOS Cagarro estiveram envolvidas, no conjunto das nove ilhas, 4.594 pessoas e 249 instituições, o que torna esta iniciativa numa das “maiores acções ambientais, de carácter regular, do País”.
Comparativamente com anos anteriores, houve menos salvamentos nesta campanha, o que pode ser atribuído à diminuição, estimada em um terço, do número de aves nidificantes e ao eventual maior sucesso do primeiro voo dos cagarros juvenis, dadas as condições climatéricas que se verificaram no arquipélago.
O Director Regional dos Assuntos do Mar destacou também a elevada percentagem (9%) de cagarros encontrados mortos, adiantando que este fenómeno ocorreu essencialmente em troços de estrada das ilhas do Pico e de São Jorge que atravessam áreas de nidificação.
Segundo referiu, tal facto suscita um maior cuidado por parte dos condutores e poderá levar, no futuro, a uma redução pontual da iluminação pública nessas vias.
Atropelamento e colisão, destruição do habitat de nidificação, poluição e predadores e plantas invasoras são as causas principais da mortalidade dos cagarros juvenis no arquipélago.O cagarro, cuja subespécie borealis nidifica sobretudo nos Açores, Madeira, Selvagens, Canárias e Berlengas, é a ave marinha mais abundante nas ilhas açorianas, ainda que, a nível mundial, a sua situação de conservação seja considerada “desfavorável”.
Actualmente, a população açoriana nidificante de cagarros corresponde a cerca de 52% da população mundial da espécie Calonectris diomedea e a 74% da população mundial da subespécie Calonectris diomedea borealis.
Há estimativas que indicam que, se nada fosse feito pelos cagarros nos Açores, a população daquela que é a maior pardela a nidificar no hemisfério Norte poderia diminuir em 30% até 2050.
Fonte: A União,
http://www.auniao.com/noticias/ver.php?id=29831