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Volta a Portugal: Um passeio pela ilha do Pico...

Terça-Feira, dia 06 de Março de 2012

Nesta edição da Volta a Portugal continuamos o nosso passeio pelas ilhas açorianas. Hoje chegamos à ilha do Pico, terra de grandes tradições baleeiras, onde se cultiva um vinho único no mundo e onde se pode alcançar aquele que é o ponto mais elevado do território português, a mais de 2 mil metros de altitude.

O Pico é a segunda maior ilha do arquipélago dos Açores. Aqui, encontra-se o ponto de maior altitude do território português, o pico do Pico, com 2.351 metros de altitude. A ilha tem 447 quilómetros quadrados de superfície, com 42 quilómetros de comprimento e 15,2 quilómetros de largura máxima.

Habitada apenas por 20 mil pessoas, esta é uma ilha única, nomeadamente pelas suas grutas, lagoas, portos marítimos e piscinas naturais.

O ano da sua descoberta não é conhecido, no entanto, o seu povoamento iniciou-se por volta de 1480, com portugueses vindos do norte do continente.

A primeira vila na ilha foi a vila das Lajes, seguida pela vila de São Roque, em 1542. O meio de subsistência da população encontrava-se no cultivo do trigo, do pastel - planta tintureira exportada para a Flandres - e na cultura da vinha.
Desde cedo, a ilha do Pico afirmou-se como importante local de comércio, graças ao porto que faz a ligação com Faial e por onde se realizava o comércio com o exterior. A ilha afirmou-se também como produtor de vinho, visto ser local de residência dos proprietários dos imensos vinhedos da zona, já então produtora de vinho.
As suas terras foram lavradas e exploradas e, onde outrora se encontravam biscoitos e mata, encontramos agora, transformada pelo árduo trabalho dos seus habitantes, pomares e vinhedo, de onde vem o verdelho do Pico, que durante mais de duas centenas de anos atingiu fama internacional, sendo apreciado em vários países como é a Inglaterra, os Estados Unidos da América ou a Rússia.

De destacar a presença dos baleeiros americanos nas águas dos Açores nos finais do século XVIII, que acabaram por introduzir um novo pólo de atividade na ilha, que ainda hoje pode ser recordado no Museu dos Baleeiros.



Festividades
As Festas de São Roque do Pico realizam-se na última semana do mês de junho, com espetáculos musicais, atividades culturais e exposições que atraem a esta vila milhares de imigrantes e forasteiros das restantes ilhas.
As Festas dos Baleeiros decorrem nas Lajes do Pico, na última semana de agosto, em honra de Nossa Senhora de Lurdes. Durante esta semana têm lugar espectáculos musicais, regatas de botes baleeiros, exposições e outras atividades culturais.

Também nas Lajes se realiza, desde 1998, a Bienal de Baleias dos Açores, onde se reúnem especialistas nacionais e estrangeiros ligados à actividade de observação de baleias.

A 22 de Junho, a Madalena realiza as suas festas em honra da padroeira com grandes festejos. Aqui têm lugar espectáculos musicais e diversas outras atividades culturais e desportivas.

Na segunda semana de Setembro realiza-se a Festa das Vindimas, com diversas atividades das quais se destaca a regata “Rota do Verdelho”.

Na ilha do Pico há excelentes grupos folclóricos e interpretes de música popular. A Chamarrita, o Caracol e o Larun-tam-tum são modas que antigamente eram bailadas em dias de festa.

Igualmente de destaque é o artesanato da ilha do Pico, reconhecido internacionalmente. O Pico possui artesãos de renome. A caça à baleia permitiu um enriquecimento único de artesanato local, e os trabalhos em osso e dente de baleia, assim como outros temas, nomeadamente réplicas de botes baleeiros, são expressões artísticas de elevada qualidade.



Gastronomia
Rica na sua gastronomia, a ilha do Pico possui um vasto conjunto de pratos de sabores únicos. Peixe fresco, boa carne de vaca e porco e bons mariscos são matérias primas utilizadas para confecionar os famosos caldos de peixe, linguiça e torresmos com inhames, molha de carne e polvo guisado, entre outros.

O queijo do Pico é um produto que alcançou reconhecimento internacional, e, servido como entrada ou como sobremesa, acompanhado por pão ou por bolo de milho caseiro, faz as delícias de todos.
Na doçaria, realce para o arroz doce, a massa sovada e o bolo de véspera.

Os vinhos do Pico são aperitivos de muita qualidade. Os vinhos de mesa, brancos e tintos, o vinho de cheiro, a angelica e as aguardentes do Pico, podem ser encontrados em qualquer restaurante ou supermercado da ilha, e não só.



Para ver

Pico: com 2.351 metros de altitude, é a maior elevação de Portugal, um verdadeiro desafio para quem gosta de aventura. Do cume avistam-se as restantes ilhas do grupo central dos Açores. É aconselhado levar um guia e informar-se nos locais próprios dos riscos oriundos de uma escalada desta magnitude.
Arco do Cachorro: formação rochosa, cuja configuração faz lembrar o focinho de um cão. Também nesta zona foi construída uma central eléctrica, que funciona com a energia resultante da força das marés, que nesta região é elevada.
Museu dos Baleeiros: importante local da preservação da tradição e cultura deste povo, localizado nas Lajes do Pico. Aqui reúnem-se importantes peças em osso e dente de baleia, bem como apetrechos utilizados na caça a este mamífero, como é o caso da primeira lancha a motor que foi utilizada nesta actividade.
Adega Cooperativa: local onde se produz o famoso vinho verdelho, tão apreciado pelos seus habitantes. Quem por lá passa, recebe gratuitamente uma prova do vinho “Lajido”.


Guia turístico

Pico, a ilha montanha, coberta com mantos de diversas tonalidades de verdes que cobrem vales e montes, que apenas deixa livre o seu pico, o ponto mais alto de Portugal.

A subida à montanha do Pico é a maior de todas as atrações. Lá do cimo avistam-se as ilhas de São Jorge, Graciosa, Terceira, Flores e Corvo.

Espalhadas ao longo da costa, alinhadas entre o verde fresco da vegetação e das vinhas, as povoações do Pico têm um caráter muito próprio, marcado pelas casas construídas com blocos de lava preta que a própria ilha fornece.
Visitar o Pico é penetrar num pequeno mundo construído durante séculos por baleeiros, agricultores e pescadores, com extasiantes panoramas e aconchegantes aldeias debruçadas sobre o mar.

Lajes, São Roque e Madalena são três vilas seculares onde o tempo deixou testemunhos de arte e história. Até finais do século XIX, os baleeiros americanos deslocavam-se ao Pico para caçar o cachalote. Mais tarde, foi a baleação a partir da ilha, em pequenos botes puxadas a remos, a mover os pescadores.

Hoje, o Pico recupera, de uma forma pacífica, a tradição baleeira, em dois museus que dão a conhecer a sua história e mostram a arte delicada das peças feitas por marinheiros com os dentes e ossos de cachalote.
O Pico é um paraíso para todos os que gostam da natureza, oferecendo percursos pela maravilhosa costa a apreciar o verdejante planalto com pequenas lagoas, vinhedos, campos de lava e com a experiência entusiasmante do montanhismo no cone vulcânico.

Forte de Santa Catarina

O Forte setecentista de Santa Catarina está aberto ao público desde 26 de Agosto de 2006, após processo de recuperação.
O forte é assim o primeiro posto municipal de turismo da ilha do Pico, sendo composto por um jardim, um miradouro, uma área de animação e espectáculos (praça de armas), serviços sanitários, posto de informação turística e uma loja.

O Posto de Informação Turística oferece toda a informação necessária a uma estadia na ilha ou a uma simples visita. Na sua loja podem ser adquiridos produtos regionais (artesanato e outros). Funciona também como livraria, com obras sobre o concelho das Lajes do Pico, onde está situado, a ilha e todo o arquipélago (material documental, histórico e literária), para além de obras das principais editoras portuguesas.
Entre Abril e Outubro, a Praça de Armas funciona como local de animações e de espetáculos de ar livre.


Centro de Artes e de Ciências do Mar

O Centro de Artes está instalado na antiga fábrica da baleia SIBIL, equipamento industrial que se dedicou à transformação dos grandes cetáceos em óleos e farinhas, tendo sido desativada no início nos anos 80 do século XX. Entre 2005 e 2007, o edifício da SIBIL foi recuperado pelo município das Lajes do Pico.
Na atual fase do Centro podem ver-se em permanência os equipamentos fabris e diversas exposições multimédia sobre a fábrica, a biologia e a ecologia dos grandes cetáceos. O Centro promove também eventos artísticos e culturais, assim como animação pedagógica. Na loja, aberta ao público diariamente, podem ser adquiridos produtos regionais (artesanato e outros), bem como variados livros.

Na próxima edição da volta a Portugal prosseguimos o nosso passeio pelo arquipélago dos Açores, alcançando a ilha do Faial.

Fonte: Mundo Português,

http://www.mundoportugues.org/content/1/10298/volta-portugal-passeio-pela-ilha-pico/




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